quarta-feira, 4 de março de 2009
ATÉ SERMOS NINGUÉM
Na primeira morte nus abraçamos
até rompermos membranas
e ultrapassar os corpos
penetro-a pele
carne cheia de dentes
furo teus olhos com minha língua de
osso
sugas meu cérebro pelas ventas
respiro o sangue lunar de teu ventre
mordes o leite em meus peitos de homem
até sermos um
trocamos os genes
copulamos átomos
repetimos a morte
então nos abortamos
até sermos ninguém
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